Na quinta-feira (27/7), um evento de grande importância para o cenário tecnológico nacional ocorreu em Resende (RJ): a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL) e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) assinaram um contrato para a prestação de serviços de engenharia. O contrato se refere ao desenvolvimento do projeto básico para a segunda fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN). A Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências (PATRIA) também tem um papel crucial na gestão administrativa e financeira do contrato.
Implantação da Usina: Um Projeto Modular
A Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio tem uma estrutura modular e está sendo implementada em duas fases. A primeira fase, concluída no final de 2022, resultou em 10 cascatas de ultracentrífugas operacionais, destinadas ao enriquecimento de urânio. Este urânio enriquecido é posteriormente transformado em combustível nuclear pela INB e enviado para as usinas de Angra. Com essa primeira fase, a INB conseguiu atender a 70% da demanda anual de recargas de Angra 1, reduzindo significativamente a dependência do Brasil em contratos de serviços internacionais para a produção de combustível para suas usinas nucleares.
Rumo à Autossuficiência: A Segunda Fase da Implementação
A segunda fase da implementação, denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU), será um passo significativo para o Brasil em direção à autossuficiência no enriquecimento de urânio. Com a adição de mais 30 cascatas de ultracentrífugas, a INB estará equipada para atender, até 2033, à demanda de combustível de Angra 1 e Angra 2 com produção totalmente nacional. Até 2037, a empresa pretende também atender às necessidades de Angra 3. Segundo Carlos Freire Moreira, presidente da INB, esse empreendimento “deve ser motivo de orgulho para todos os brasileiros, visto que o enriquecimento isotópico de urânio é uma tecnologia de ponta e 100% nacional, desenvolvida pela Marinha do Brasil em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares”.
AMAZUL e INB: Uma Parceria Duradoura
Essa parceria entre a AMAZUL e a INB não é nova: iniciou-se em 2015, quando as duas empresas assinaram um contrato para a elaboração do projeto conceitual e básico da Unidade de Testes e Preparação de Equipamentos Críticos e Treinamento da Fábrica de Combustível Nuclear. O diretor-presidente da AMAZUL, Newton Costa, destacou a importância do projeto para diversificar a matriz energética do país e garantir sua segurança energética com energia limpa, trazendo impactos positivos no enfrentamento das mudanças climáticas.