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Embarcando diretamente para o teatro de operações no Atlântico Norte, Fuzileiros Navais brasileiros representarão o país ao lado de nações da OTAN, em um treinamento inédito que simboliza o crescente papel do Brasil em operações expedicionárias de alto nível. A missão internacional conta com 13 militares selecionados por mérito e inclui uma representante feminina entre os combatentes.
Composição do pelotão brasileiro e critérios de seleção dos Fuzileiros Navais
O pelotão enviado à Operação Catamaran é formado por 13 militares: três oficiais e dez praças. Entre os oficiais, dois atuarão em Estados-Maiores (um no Batalhão e outro na Força de Desembarque), além do comandante direto da tropa, o Segundo-Tenente Vinícius Saldanha. O grupo foi selecionado com base em critérios estritamente meritocráticos, independentemente de gênero. A Soldado Camila Aguiar, por exemplo, foi escolhida por seu excelente desempenho e representa a primeira turma feminina de Soldados Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
O processo seletivo foi rigoroso e buscou identificar não apenas as capacidades físicas e operacionais dos militares, mas também seu preparo psicológico, cultural e intelectual — habilidades essenciais para a convivência em ambientes multinacionais e de alta complexidade.
Etapas de preparação e intercâmbio cultural e técnico com marinhas da OTAN
Desde o final de março, o pelotão brasileiro passou por um intensivo programa de preparação, com treinamentos técnicos, físicos e culturais. As atividades incluíram palestras sobre relações internacionais, dinâmicas de integração e instruções sobre aspectos socioculturais dos países parceiros. A ideia foi promover coerência operacional, coesão da tropa e capacidade de adaptação a diferentes culturas e doutrinas militares.
A preparação também incluiu a participação no Exercício de Planejamento “Narval”, realizado na França, etapa fundamental para o alinhamento entre as nações envolvidas. Já em solo francês, os brasileiros se integrarão ao 2º Regimento de Infantaria de Marinha, onde receberão equipamentos e treinamento específico antes do início da operação.
O roteiro da missão prevê escalas e exercícios na Irlanda e no sul da Inglaterra, culminando com o início oficial da Operação Catamaran, que envolve desembarques anfíbios, ações conjuntas e operações de combate em cenário de guerra convencional e guerra híbrida, simulando conflitos modernos.
Importância geopolítica da Operação Catamaran para o Brasil no cenário internacional
A participação do Brasil na Operação Catamaran, a convite da França, sinaliza o reconhecimento internacional da capacidade expedicionária do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) e fortalece a projeção de poder da Marinha do Brasil. A iniciativa se insere no contexto da parceria estratégica franco-brasileira firmada em 2008, com destaque para o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).
A presença brasileira ao lado de Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Holanda e Espanha representa não apenas uma oportunidade de fortalecer laços militares, mas também de inserir o Brasil nas dinâmicas de interoperabilidade típicas das coalizões internacionais. Em um mundo multipolar, estar preparado para atuar em operações combinadas é um diferencial estratégico e diplomático.
Mais do que um exercício militar, a Operação Catamaran marca o posicionamento do Brasil como ator relevante na segurança marítima global, capaz de operar em cenários de alta complexidade, contribuir para a paz e estabilidade internacional e demonstrar a eficácia do treinamento e da doutrina militar brasileira.
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