A ONG Yoga For First Responders (YFFR) está monitorando bombeiros de diversas brigadas dos Estados Unidos e dando auxílios para que eles lidem com as demandas de seus perigosos trabalhos. A instrutora Olivia Kvitne Mead, 36 anos, fundou a YFFR em 2013, motivada por seu trabalho junto aos veteranos militares. Com a milenar prática oriental, Olivia está auxiliando bombeiros e socorristas a evitarem o grande estresse advindos de seus trabalhos, auxiliando-os a trabalharem de forma mais eficaz no local das emergências.

“Há muitos programas especiais de Yoga para veteranos, mas todos eles são disponibilizados apenas com a aposentadoria em serviço”, disse Olivia. “Com os socorristas é diferente. Eles se mantém em seus empregos por 30 anos ou mais até se aposentarem. Eles vão trabalhar e vêem traumas, mortes, destruição, perda e o pior lado da humanidade, e logo em seguida voltam para casa e precisam exercer seus papeis de mãe e pai, marido ou esposa.”

Olivia acredita que a Yoga ajuda a reduzir a taxa de problemas de saúde mental, como a depressão, ansiedade e alcoolismo de socorristas e bombeiros norte-americanos.
De acordo com estudo da Fundação Ruderman, o número de socorristas que tiraram a própria vida em 2017 é maior do que aqueles que foram mortos em missões.

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“Há um nível de estresse e pressão gigantescos sobre os ombros deles, e é isso que está levando a essas altas estatísticas de divórcio, alcoolismo, problemas mentais e suicídios”, disse. “Eles precisam aprender a ter capacidade de lidar com o estresse e o trauma e processar isso efetivamente. Caso contrário, serão psicologicamente esmagados pelos traumas que testemunham todos os dias.”

Felizmente, a ONG da instrutora tem atuado para combater o estresse entre socorristas e bombeiros.

No começo , Olivia entrou em contato com o Corpo de Bombeiros de Los Angeles e apresentou a ideia de ensinar Yoga aos bombeiros. “O então psicólogo-chefe do departamento já praticava Yoga e sabia dos seus benefícios – [mas] sua preocupação número um era: como faremos com que todos esses ‘machos-alfa’ pratique Yoga, que é comercializada como algo exercício feminino e delicado?”

“Eu disse à ele que já havia ensinado veteranos anteriormente e achei que poderia convencer os bombeiros a praticarem essa atividade.”
Olivia começou a se voluntariar duas vezes por semana no corpo de bombeiros, aparecendo toda terça e quinta-feira com tapetes de Yoga – e logo, o Departamento de Polícia de Los Angeles se juntou aos bombeiros para participarem das atividades também.

 

A instrutora admitiu que nem todos os socorristas gostam de entrar no tapete de Yoga.

“Eu trabalhei com um bombeiro do estado de Iowa. Ele era um cara muito sisudo e não queria saber desse negócio de Yoga”, brincou. “Voltei ao corpo de bombeiros para dar aulas semanais aos que queriam. Quando expliquei pra esse cara que eu estava aqui para ajudá-lo a fazer seu trabalho com mais eficiência e garantir à ele noites de sono melhor dormidas, ele mudou de ideia. Veio em todas as aulas que eu fiz posteriormente.”

“Mais tarde soube que ele não conseguia dormir direito havia um ano por conta de ter socorrido algumas vítimas de um acidente de carro. Um dia esse homem chegou até mim e disse: ‘Depois de suas aulas de ioga, consegui dormir como uma criança na noite passada’”, conta a professora.

Hoje, o Yoga For First Responders trabalha com 35 departamentos de polícia e bombeiros nos Estados Unidos.  treinamento também é oficialmente parte do programa da Academia de Polícia de Chicago, o que significa que todo novo recruta tem que participar de sessões de Yoga.

A fundadora do YFFR frisa que a Yoga não só ajuda os socorristas a lidar com o estresse do trabalho, como também permite que façam seu trabalho de maneira mais eficaz; especialmente porque ensina técnicas de respiração profunda e controlada, que torna possível que os bombeiros exijam menos oxigênio enquanto lutam contra as chamas.

“O trabalho de respiração ajuda a tolerância ao CO2 no corpo”, disse Olivia. “Isso significa que, enquanto o tubo de ar de um bombeiro dura normalmente 15 minutos em ação, podemos fazer com que ela dure mais tempo.”

“O Yoga fortalece o corpo e o torna mais móvel, o que é muito importante para os socorristas, já que o corpo deles é sua ferramenta – mas a verdadeira essência do Yoga é o treinamento neurológico.”
“A prática treina a mente e o sistema nervoso para suportar qualquer coisa, ensinando técnicas de respiração e terapia cognitivo-comportamental.”

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Fonte: Psicologias do Brasil

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).