Operação Formosa reúne 3.000 militares no Planalto Central com a participação de 10 países

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Com a participação de cerca de 3.000 militares e representantes de 10 países, a Operação “Formosa” tem se destacado como o maior exercício militar no Planalto Central. Realizada no Centro de Instrução de Formosa, a operação, que segue até 17 de setembro, inclui simulações de operações anfíbias com munição real e a atuação conjunta das Forças Armadas brasileiras. Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e da China estão entre os participantes, reforçando a cooperação internacional.
Interoperabilidade e cooperação internacional na Operação “Formosa”

A Operação Formosa se consolidou como um dos principais exercícios militares do Brasil, tanto pelo volume de tropas envolvidas quanto pela dimensão internacional da atividade. Neste ano, o evento conta com a participação de 10 países, incluindo Estados Unidos, China, França, Itália, México, Paquistão, Nigéria, África do Sul, Argentina e República do Congo. A integração dessas nações ressalta o compromisso do Brasil em fortalecer a cooperação militar internacional e promover a interoperabilidade entre diferentes forças armadas.
Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e da China participam ativamente da parte operativa, trazendo sua expertise e fortalecendo laços de cooperação com os militares brasileiros. Esse tipo de colaboração é essencial para a troca de experiências entre as tropas, permitindo que os participantes de diferentes países aprendam com as práticas e táticas uns dos outros. Segundo o Contra-Almirante Max Guilherme de Andrade e Silva, a presença de forças aliadas amplia as oportunidades de troca de conhecimentos em operações de alta complexidade, como a anfíbia.
Durante a Operação “Formosa”, os exercícios são realizados com munição real, o que aumenta o realismo das atividades e prepara os militares para situações de combate genuínas. O uso de munição real não apenas demonstra o profissionalismo dos participantes, mas também eleva o nível de complexidade das simulações, exigindo alta coordenação entre as forças de diferentes países.
Tecnologia e poder de fogo: veículos, blindados e aeronaves em ação

A Operação Formosa é também uma vitrine das capacidades tecnológicas das Forças Armadas Brasileiras, que empregam uma ampla gama de veículos blindados, aeronaves e sistemas de artilharia de última geração. O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) trouxe para o exercício blindados como o JLTV, o sistema de foguetes ASTROS, o Carro Lagarta Anfíbio (CLAnf), e veículos táticos como o Piranha e o Unimog. Além disso, o poder aéreo foi representado pelo caça AF-1 Skyhawk e helicópteros que desempenham um papel crucial nas operações de apoio logístico e ataque aéreo.
Por parte da Força Aérea Brasileira (FAB), as aeronaves KC-390 Millennium, A-29 Super Tucano e R-99 são fundamentais para o suporte aéreo das tropas em solo. O KC-390, por exemplo, é utilizado para missões de transporte e reabastecimento aéreo, enquanto o Super Tucano oferece suporte em missões de ataque leve e reconhecimento. Já o R-99 contribui para o controle do espaço aéreo, fornecendo inteligência e vigilância em tempo real.
O Exército Brasileiro também está presente com sua artilharia e veículos blindados, como o ASTROS, o blindado Guarani e o Carro de Combate M60. A integração entre essas diversas plataformas de combate – terrestres e aéreas – faz da Operação “Formosa” um verdadeiro espetáculo de poder de fogo, testando a capacidade das forças em atuar de forma coordenada em um cenário de combate altamente complexo.
A simulação de uma operação anfíbia, considerada uma das mais difíceis e desafiadoras do ponto de vista militar, exige o uso coordenado de blindados, helicópteros e tropas de infantaria. A presença de tropas estrangeiras, ao lado das forças brasileiras, permite que as unidades treinem em conjunto, simulando cenários de guerra realistas que exigem precisão e rapidez.
Inclusão feminina: a estreia de Soldados Fuzileiros Navais na operação

A Operação Formosa 2024 marca um evento histórico: pela primeira vez, Soldados Fuzileiros Navais do sexo feminino participam do treinamento. Recém-formadas no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA), 91 das 113 mulheres da primeira turma de Soldados Fuzileiros foram apresentadas ao Setor Operativo, com destaque para sua participação na Força de Fuzileiros da Esquadra.
Para as Soldadas Fuzileiras Navais, a participação na Operação Formosa é um marco em suas carreiras e um importante passo para a superação de barreiras e preconceitos. “É um grande orgulho estar aqui. Participamos das atividades com os outros militares e conseguimos superar as dificuldades. Recebemos essa oportunidade e vamos nos empenhar ao máximo para vencer qualquer preconceito e mostrar nossa capacidade”, afirma a Soldado Fuzileiro Naval Jamily de Souza, que compartilhou esse momento com seu irmão mais velho, também Fuzileiro, com quem se formou.
A inclusão das mulheres em operações militares de grande escala reforça o compromisso das Forças Armadas brasileiras com a igualdade de oportunidades e a valorização do potencial feminino no campo de batalha. A participação das Soldadas Fuzileiros em atividades de alta complexidade, como a Operação Formosa, é uma demonstração de que as mulheres estão prontas para atuar em qualquer cenário e desempenhar funções estratégicas ao lado de seus pares masculinos.
Durante a operação, as Soldadas Fuzileiros Navais desempenharam as mesmas funções que seus colegas homens, participando de exercícios que envolviam desde simulações de combate até atividades logísticas e de suporte. Essa participação, além de promover a igualdade de gênero dentro das Forças Armadas, amplia a diversidade das tropas, o que é fundamental para o sucesso de operações militares em um cenário cada vez mais complexo e desafiador.
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