Marinha e forças de segurança do RJ vão treinar jornalistas para zonas de combate

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Uma experiência única está prestes a marcar a carreira de dezenas de profissionais da imprensa. Eles integrarão o CCJACE, onde aprenderão a navegar entre a notícia e a sobrevivência. A bordo do Navio Doca Multipropósito Bahia, e com os pés no barro da Ilha das Flores, esses comunicadores vivenciarão o cotidiano das tropas em ações de guerra, resgate e patrulhamento. A missão é clara: informar com responsabilidade, mesmo sob fogo cruzado.
Preparação técnica dos jornalistas para zonas hostis
Durante cinco dias, entre 30 de junho e 4 de julho, os 70 jornalistas selecionados de 55 veículos de comunicação serão submetidos a um treinamento intenso. As atividades ocorrerão no Complexo Naval da Ilha do Governador, onde receberão aulas teóricas e práticas sobre técnicas de sobrevivência, comportamento em situações de risco, identificação de ameaças, além de procedimentos de segurança pessoal e coletiva em áreas conflagradas.
O programa inclui simulações com armamentos não-letais, conduzidas pelo Corpo de Fuzileiros Navais e pela empresa Condor Tecnologias Não-Letais, além de instruções do BOPE e do CBMERJ. Os jornalistas também participarão de um exercício anfíbio real: o embarque no Navio Bahia culminará com o desembarque em uma cabeça de praia utilizando os imponentes Carros Lagarta Anfíbios (CLAnf). O objetivo é preparar os profissionais para cenários similares aos enfrentados por tropas em missões de paz ou coberturas de conflitos internos.
Impacto social e ético da cobertura em áreas de conflito
O CCJACE não é apenas um curso técnico; é uma imersão ética. Em tempos de desinformação e polarização, a imprensa precisa estar mais preparada do que nunca para relatar com precisão, sensibilidade e responsabilidade. A formação busca reforçar o papel dos jornalistas como agentes de mediação entre os fatos e o público, sobretudo quando vidas estão em jogo.
Entre os módulos, haverá discussões sobre ética jornalística, responsabilidade social e proteção de dados sensíveis durante coberturas críticas. Os participantes também aprenderão a lidar com traumas psicológicos, tanto os próprios quanto os das populações afetadas por guerras, desastres naturais e operações de segurança pública. A presença de representantes da Abraji reforça o compromisso com uma cobertura baseada em integridade e respeito aos direitos humanos.
Cooperação inédita entre forças armadas, segurança pública e mídia
O CCJACE representa um marco na relação entre as Forças Armadas, forças de segurança pública e a mídia brasileira. A iniciativa é coordenada pelo Centro de Operações de Paz e Humanitárias de Caráter Naval (COpPazNav) da Marinha, com apoio direto da PMERJ e do CBMERJ. A proposta é integrar conhecimentos operacionais às práticas de comunicação, promovendo transparência, segurança e eficiência nas coberturas de campo.
Além dos jornalistas profissionais, o curso abre espaço, pela primeira vez, para estudantes de comunicação da UFRJ, UFF, UMSP e FGV Rio, consolidando o caráter formativo da iniciativa. Essa parceria multidisciplinar indica um novo modelo de cooperação estratégica, que pode se tornar referência em outros estados e até no exterior. A integração entre as instituições fortalece tanto a segurança dos profissionais quanto a qualidade da informação que chega ao cidadão.
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