ECEME debate IA e tecnologias quânticas na Defesa Nacional

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A Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) foi palco, nos dias 16 e 17 de junho, de um debate estratégico sobre o futuro da Defesa Nacional. Durante o XXXI Ciclo de Estudos Estratégicos, o tema central foi o impacto da Inteligência Artificial (IA) e das tecnologias quânticas nas operações militares. Autoridades civis e militares, acadêmicos e especialistas de renome participaram das discussões, que abordaram desde diretrizes operacionais até os desafios geopolíticos das novas tecnologias.
Inteligência Artificial e Computação Quântica: aplicações práticas na Defesa
Durante o evento, o Chefe do Estado-Maior do Exército, General de Exército Richard, apresentou as diretrizes da Força Terrestre para a adoção de soluções baseadas em Inteligência Artificial. O foco está em potencializar áreas como logística, simulação de cenários táticos, análise de dados de inteligência e planejamento de operações.
Outro destaque foi a palestra do General de Divisão Galdino, Comandante do Instituto Militar de Engenharia (IME), que abordou os novos paradigmas tecnológicos, com ênfase nos desafios da implementação da computação quântica. As aplicações vão desde criptografia quântica, que oferece níveis inéditos de segurança em comunicações militares, até o uso de algoritmos quânticos para processamento de grandes volumes de dados.
Painéis temáticos também exploraram a estratégia brasileira de IA, os riscos de cibersegurança e os impactos da tecnologia quântica em futuras operações militares.
A integração entre Forças Armadas, academia e setor tecnológico
O XXXI Ciclo de Estudos Estratégicos reforçou a necessidade de uma atuação conjunta entre as Forças Armadas, universidades, centros de pesquisa e empresas de tecnologia. Essa aproximação visa acelerar a inovação tecnológica na Defesa e reduzir a dependência de soluções estrangeiras.
Diversos especialistas civis, professores universitários e representantes da Base Industrial de Defesa participaram dos painéis, destacando projetos de pesquisa em andamento e sugerindo novas parcerias. Temas como educação em ciência de dados, engenharia de sistemas e inovação dual (uso civil e militar das tecnologias) foram abordados como pontos-chave para o futuro.
A ECEME, ao promover esse diálogo, reafirma seu papel como centro de pensamento estratégico militar, conectando a tropa ao mundo acadêmico e tecnológico.
O impacto estratégico das novas tecnologias no cenário global de Defesa
Além das questões técnicas, o evento também abordou a geopolítica das tecnologias emergentes. Especialistas alertaram para a crescente disputa entre potências militares globais pelo domínio da IA e da computação quântica. A corrida tecnológica pode redefinir o equilíbrio de poder internacional, tornando a soberania tecnológica uma prioridade estratégica.
Debates sobre ciberdefesa, segurança de infraestruturas críticas e a governança internacional de tecnologias emergentes trouxeram à tona os desafios que o Brasil enfrentará nos próximos anos. A necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), além da formação de recursos humanos altamente qualificados, foi apontada como fator essencial para manter a capacidade dissuasória nacional.
O XXXI Ciclo encerrou-se com o compromisso das instituições envolvidas de fortalecer a integração interagências e de criar um ambiente propício para o avanço das tecnologias disruptivas no setor de Defesa.
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