Angra 3: NUCLEP e ABEN defendem avanço do Programa Nuclear

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No cenário energético global, a energia nuclear ressurge como uma alternativa estratégica para a segurança e a sustentabilidade. No Brasil, a NUCLEP e a ABEN unem forças para garantir a conclusão de Angra 3, projeto fundamental para o fortalecimento do Programa Nuclear Brasileiro. Com benefícios econômicos e ambientais, a usina é vista como uma solução para diversificar a matriz elétrica e reduzir a dependência de fontes mais poluentes.

O papel estratégico de Angra 3 no setor energético

Construção de Angra 3

A energia nuclear desempenha um papel fundamental na matriz elétrica brasileira, garantindo uma geração estável, de base e com baixos índices de emissão de carbono. Atualmente, as usinas de Angra 1 e Angra 2 já contribuem significativamente para a segurança energética do país, mas a conclusão de Angra 3 ampliaria ainda mais essa capacidade.

Um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) demonstrou que os custos para concluir Angra 3 (cerca de R$ 23 bilhões) são praticamente equivalentes aos custos de abandono do projeto (R$ 21 bilhões). Ou seja, desistir da usina não traria economia, mas sim um desperdício de investimentos já realizados, além de prejudicar a segurança do fornecimento de energia elétrica no Brasil.

A retomada da construção de Angra 3 também terá impactos diretos na economia. O empreendimento deve gerar cerca de 7 mil empregos diretos no pico da obra, além de um grande número de postos indiretos. Além disso, a usina contribuirá para reduzir os custos do Sistema Interligado Nacional (SIN), substituindo fontes térmicas mais caras e poluentes.

O apoio da NUCLEP e da ABEN à conclusão do projeto

A NUCLEP, estatal estratégica para o setor nuclear brasileiro, reafirma seu compromisso com a produção de equipamentos essenciais para o funcionamento da usina. A empresa é referência na fabricação de grandes estruturas para reatores nucleares e reforça a importância da retomada das obras para o fortalecimento da indústria nacional.

Já a ABEN tem sido uma voz ativa na defesa do Programa Nuclear Brasileiro, esclarecendo equívocos sobre os impactos financeiros e ambientais da energia nuclear. Em resposta a críticas divulgadas recentemente, a associação enfatizou que a tecnologia de Angra 3 será modernizada com sistemas de controle digital, garantindo um desempenho seguro e eficiente, comparável ao das usinas mais recentes em operação no mundo.

Além da questão tecnológica, a ABEN alerta que abandonar Angra 3 comprometeria décadas de avanços no setor nuclear brasileiro e enfraqueceria a Eletronuclear, responsável pela operação das usinas. O prejuízo financeiro decorrente dessa decisão poderia inviabilizar novos investimentos e desmobilizar a cadeia produtiva do setor nuclear no país.

O cenário global e a retomada da energia nuclear

A expansão da energia nuclear não é uma tendência exclusiva do Brasil. Diversos países estão investindo na construção de novas usinas, reconhecendo a importância dessa fonte para garantir segurança energética e reduzir emissões de carbono. Atualmente, 62 reatores estão em construção no mundo, com destaque para nações como China, Índia, França, Reino Unido e Rússia.

Mesmo países que haviam abandonado a energia nuclear, como a Itália e a Bélgica, estão reconsiderando suas decisões, diante dos desafios da transição energética. Pequenos Reatores Modulares (SMRs) também estão sendo desenvolvidos em diversos países como uma solução complementar para suprir a crescente demanda por eletricidade com eficiência e confiabilidade.

No Brasil, a continuidade do Programa Nuclear Brasileiro é essencial para o futuro energético do país. Além da conclusão de Angra 3, projetos como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), o Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) e novas usinas previstas no Plano Nacional de Energia 2050 reforçam a necessidade de um planejamento estratégico para o setor.

A retomada de Angra 3 representa, portanto, um marco não apenas para a segurança energética, mas também para o fortalecimento da indústria nuclear nacional. Com o apoio da NUCLEP e da ABEN, o Brasil reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a busca por uma matriz elétrica diversificada, segura e eficiente.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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