AMAN celebra a tradicional Páscoa Militar com presença do Comandante do Exército

Em um dos momentos mais solenes da vida espiritual dos militares brasileiros, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) realizou, nos dias 18 e 19 de junho de 2025, a tradicional Páscoa Militar. O evento contou com a presença do Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, além de diversas autoridades e membros da comunidade de Resende. A cerimônia, marcada por símbolos de fé e patriotismo, reafirmou os valores espirituais que orientam a formação dos futuros oficiais do Exército Brasileiro.

Logística e planejamento: o trabalho invisível por trás da celebração

A grandiosidade da Páscoa Militar na AMAN vai muito além da emoção visível durante as cerimônias. Meses antes do evento, uma complexa operação de logística militar é deflagrada. O planejamento envolve desde a coordenação entre o Comando da AMAN e o Serviço de Assistência Religiosa do Exército (SAREX) até o detalhamento de cada fase das celebrações.

Destaque especial para a condução da imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, trazida por cadetes diretamente da Basílica de Aparecida até a Capela Militar da AMAN, com todo o cuidado e simbologia que o ato representa. Os preparativos incluem também a adaptação de locais como o Pátio Marechal Mascarenhas de Moraes e o Pátio Duque de Caxias, cenários principais das celebrações, além de garantir a segurança e o acolhimento das autoridades civis e militares.

O envolvimento dos cadetes no apoio logístico e cerimonial faz parte da formação de liderança, ensinando-os desde cedo a importância da gestão de grandes eventos militares com dimensão pública e comunitária.

Integração com a comunidade de Resende: um elo de fé e cidadania

Um dos traços mais marcantes da Páscoa Militar na AMAN é a sua capacidade de aproximar o Exército Brasileiro da sociedade civil. A presença de moradores de Resende e região no evento simboliza essa integração. Famílias, jovens e representantes de diversas instituições participaram das missas, cultos e encontros espirituais.

A cerimônia de crisma, realizada na capela da Academia, emocionou não só os padrinhos e familiares dos crismandos, mas também os próprios cadetes, que presenciaram um momento de renovação espiritual vivenciado por membros da comunidade local. Para muitos, esse é o único momento do ano em que adentram os portões da AMAN, criando um vínculo afetivo e de respeito mútuo com a instituição militar.

Além disso, a celebração serve como um espaço de inclusão social e religiosa, reforçando os laços entre o Exército e a população civil, numa demonstração de que a fé e os valores éticos são pilares que unem todas as camadas da sociedade.

Tradição e espiritualidade: o papel da fé na formação militar

Mais do que um evento litúrgico, a Páscoa Militar representa um momento de profunda reflexão moral e espiritual na vida dos cadetes da AMAN. A tradição teve início em 1945, ao final da Segunda Guerra Mundial, quando os militares brasileiros retornavam da campanha na Itália e sentiram a necessidade de fortalecer os vínculos espirituais como forma de superação das experiências vividas em combate.

A diversidade de credos também é respeitada com zelo. Enquanto a missa católica ocorria ao ar livre, no Pátio Marechal Mascarenhas de Moraes, simultaneamente, o Teatro General Leônidas abrigava o Culto Evangélico, e o Auditório General Médici recebia os participantes da Reunião Espírita. Esse modelo plural reflete o compromisso do Exército Brasileiro com a liberdade religiosa e com o acolhimento espiritual de seus integrantes.

O momento mais simbólico da celebração foi a oferta, pelos cadetes, de seus equipamentos militares – coletes, capacetes, espadas e mochilas – no altar, gesto que simboliza a entrega da vida e da missão militar nas mãos de Deus, reforçando o sentido de serviço e dedicação à Pátria.