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Em cerimônia solene na Biblioteca da Escola de Guerra Naval (EGN), o Contra-Almirante Gustavo Leite Cypriano Neves assumiu oficialmente a direção da mais tradicional instituição de ensino superior da Marinha do Brasil. A cerimônia, realizada em 17 de março e presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, marcou a despedida do Vice-Almirante Garriga e o início de uma nova fase na liderança da EGN, voltada à formação de líderes navais e à difusão da mentalidade marítima.
Avanços acadêmicos e operacionais na gestão do Vice-Almirante Garriga
Durante sua gestão à frente da EGN, o Vice-Almirante Gustavo Calero Garriga Pires se destacou por impulsionar uma série de inovações acadêmicas e operacionais. Um dos principais marcos foi a produção do livro que analisa os dois primeiros anos do conflito entre Rússia e Ucrânia. A obra, elaborada com a colaboração dos alunos dos cursos de Política e Estratégias Marítimas (C-PEM) e de Estado-Maior para Oficiais Superiores (C-EMOS), sob orientação de professores da Escola, representa um exemplo do vínculo entre formação acadêmica e análise estratégica aplicada.
Outro destaque foi a modernização dos processos de simulação e jogos de guerra. A parceria com o CASNAV resultou na assinatura de um termo de compromisso para o desenvolvimento de um novo Sistema de Simulação de Jogos de Guerra, que visa ampliar a capacidade de planejamento e tomada de decisão em cenários complexos. Além disso, a Escola organizou eventos de projeção internacional, como o XI International Nuclear Atlantic Conference (INAC 2023), que reuniu especialistas civis e militares para discutir segurança nuclear e questões estratégicas globais. Esses avanços consolidaram a EGN como centro de excelência acadêmica e operacional no âmbito da Defesa.
O simbolismo da EGN na formação de líderes e na mentalidade marítima
O discurso do Contra-Almirante Gustavo Cypriano ressaltou o caráter simbólico da Escola de Guerra Naval como pilar da formação estratégica da Marinha do Brasil. Ele enfatizou que a EGN não é apenas um centro de ensino militar, mas também um espaço de produção intelectual e difusão da mentalidade marítima, que influencia tanto a estrutura de comando das Forças quanto o pensamento nacional sobre o mar. Ao assumir a direção, Cypriano afirmou manter o mesmo entusiasmo de sempre e demonstrou estar plenamente consciente da responsabilidade de liderar uma instituição que molda os futuros líderes da Marinha.
Além dos cursos de carreira, como os oferecidos pela Superintendência de Ensino, a Escola abriga também o Programa de Pós-Graduação em Estudos Marítimos, sob a gestão da Superintendência de Pesquisa e Pós-Graduação. Esse programa tem ampliado significativamente a interlocução da Marinha com o meio acadêmico e os setores civis interessados em segurança e políticas públicas marítimas. Para o novo Diretor, essa integração é essencial: segundo ele, é dever da Marinha levar o debate sobre o Poder Marítimo à sociedade e aos tomadores de decisão, contribuindo para a valorização estratégica do Atlântico Sul e das riquezas do mar.
A transição de comando como marco institucional e continuidade estratégica
A cerimônia contou com a presença de importantes autoridades militares e civis, como o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante de Esquadra André Luiz Mendes, e os Almirantes de Esquadra Claudio Henrique Mello de Almeida, Paulo Martino Zuccaro e Marcelo Francisco Campos, além do General de Exército Francisco Carlos Machado Silva. Esse prestígio institucional sublinhou a importância da EGN não apenas como escola, mas como centro de pensamento estratégico da Marinha. O Almirante Mendes destacou que o Vice-Almirante Garriga “soube conduzir com dedicação e profissionalismo sua tripulação e corpo docente”, consolidando a missão de excelência da Escola.
A transição de comando, nesse contexto, simboliza mais do que uma mudança de gestão — representa a continuidade de um projeto institucional de longa duração, voltado ao aperfeiçoamento da liderança naval brasileira. O Contra-Almirante Cypriano assume com a missão de manter o alto padrão de ensino e pesquisa da EGN, ao mesmo tempo em que reforça a necessidade de uma visão integrada entre Defesa, sociedade e desenvolvimento nacional. “Temos de ser capazes de demonstrar, com argumentos sólidos, a importância do mar para a Nação Brasileira”, afirmou em seu discurso, defendendo um Poder Naval crível e alinhado aos interesses estratégicos do país.
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