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Adestramento em Itaoca reforça poder de fogo da Força de Emprego Rápido

Soldados operando artilharia em campo aberto
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Em meio à vegetação densa e ao terreno irregular de Itaoca (ES), a Força de Emprego Rápido (FER) da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE) realiza um exercício decisivo. De 2 a 8 de junho, o Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais promove o Adestramento de Subunidades, com foco técnico e operacional. A meta: avaliar a capacidade de causar danos da unidade com Obuseiros 105mm e Morteiros 120mm, simulando cenários de combate de alta intensidade.

A dimensão técnica do Adestramento de Subunidades de Artilharia

O Adestramento de Subunidades de Artilharia (Adst-Sub-Art) é uma das etapas mais cruciais na formação e avaliação técnica das Baterias de Tiro do Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav). Diferente de exercícios com cenários táticos complexos, o Adst-Sub-Art tem caráter puramente técnico, permitindo um foco apurado na precisão, na execução de tarefas e na interoperabilidade entre os meios de apoio de fogo.

Soldado brasileiro mirando durante treinamento militar.
BiaO105mm entrando em Posição de Tiro

Neste ano, o adestramento envolve a 1ª Bateria de Obuses 105mm (1aBiaO105mm), equipada com os versáteis Obuseiros L118 Light Gun, e a 3ª Bateria de Obuses 105mm (3aBiaO105mm), com os Morteiros K6A3 de 120mm, de origem israelense. Os militares executam missões simuladas que incluem Reconhecimento, Escolha e Ocupação de Posição (REOP), manobras em ambientes de visibilidade reduzida e preparo para helitransporte — todas sob a supervisão do Comando da Divisão Anfíbia (ComDivAnf).

O exercício também serve como pré-requisito técnico para fases mais avançadas, como o Adestramento de Unidade Anfíbia (Adst-UAnf) e os disparos reais nas Escolas de Fogo (ESFOG), fundamentais para consolidar a prontidão operacional da Força de Fuzileiros da Esquadra.

O impacto estratégico e social do uso de Itaoca como área de adestramento

A escolha de Itaoca, localizada no Espírito Santo, como novo polo de treinamento militar, não é apenas uma decisão logística — é uma ação estratégica. A área MB-3, pertencente à Marinha do Brasil, foi palco em 2024 do primeiro tiro real de Artilharia de Campanha na região, e agora passa a sediar, de forma consolidada, exercícios de larga escala do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).

Para a Marinha, Itaoca representa uma alternativa viável às áreas tradicionais de adestramento, além de reforçar a presença militar em uma região geopoliticamente relevante, próxima a importantes corredores logísticos e industriais do sudeste brasileiro. A infraestrutura natural da área — com terrenos desafiadores, florestas e amplas zonas de manobra — favorece uma preparação realista e integrada.

Sob o aspecto social, a presença dos Fuzileiros movimenta a economia local temporariamente e promove uma aproximação entre Forças Armadas e população civil, ainda que haja a necessidade constante de diálogo para mitigar impactos ambientais e garantir a segurança da comunidade durante os exercícios.

O fortalecimento da Força de Emprego Rápido no contexto da segurança nacional

A Força de Emprego Rápido (FER) é a vanguarda da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), preparada para responder a crises de forma ágil e decisiva em qualquer ponto do território nacional — ou além dele. O exercício técnico em Itaoca é mais um passo na consolidação dessa capacidade, testando o fator mais crítico do combate moderno: a prontidão.

Os adestramentos realizados visam ampliar a letalidade, mobilidade e precisão das unidades de apoio de fogo, elemento fundamental para a projeção de poder em operações anfíbias, urbanas ou de defesa territorial. Ao realizar missões simuladas com restrição de tempo e visibilidade, os militares testam seus limites e aperfeiçoam o comando e controle em cenários adversos.

Além da dimensão militar, o fortalecimento da FER representa um ganho estratégico para o Brasil no cenário sul-americano. Num mundo onde conflitos híbridos, operações de paz e respostas rápidas a emergências se tornam mais comuns, ter uma força versátil, treinada e equipada como a FER é um diferencial vital para a segurança nacional.

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