A atuação do 3º Distrito Naval e a importância do Poder Naval no Saliente Nordestino

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Em palestra no IV Encontro da Rede Nordeste de Estudos Estratégicos e Inovação (IV ERENEEI) sobre a atuação do 3º Distrito Naval e o impacto do Poder Naval no Saliente Nordestino, o Capitão de Mar e Guerra Carlos Eduardo Ribeiro de Macedo, Comandante da Base Naval de Natal, destacou a importância da segurança marítima na região. Ele ressaltou como as operações no Nordeste são cruciais para proteger as águas jurisdicionais do Brasil e garantir a soberania nacional.

A Importância Estratégica do Saliente Nordestino para a Defesa Marítima

O Saliente Nordestino, que se projeta sobre o Atlântico Sul, é uma das áreas mais estratégicas do Brasil no que se refere à defesa marítima. O CMG Carlos Macedo enfatizou o papel fundamental dessa região na proteção da Amazônia Azul, uma vasta área marítima de importância econômica e geopolítica para o país. O 3º Distrito Naval, responsável pela vigilância e operações nessa área, tem a missão de garantir que os recursos naturais, como petróleo e gás, bem como as rotas comerciais, permaneçam seguras. Além disso, a região serve como um ponto de controle para o tráfego marítimo internacional, vital para o comércio global e a segurança regional.

A proximidade com importantes rotas comerciais que conectam o Brasil à África e à Europa reforça a relevância do Saliente Nordestino. A presença de navios-patrulha e outras embarcações da Marinha do Brasil no local é fundamental para prevenir e responder a incidentes que possam ameaçar a soberania nacional, como crimes transnacionais e violações da lei marítima.

Operações e Capacidades do 3º Distrito Naval

O CMG Carlos Macedo explicou que o 3º Distrito Naval é equipado com uma frota de navios-patrulha e embarcações de apoio, como o navio-hidrográfico Comandante Manhães, além de rebocadores de alto-mar, que auxiliam nas operações de longa distância. Essas embarcações são utilizadas para patrulhas de rotina, proteção de fronteiras marítimas e operações de busca e salvamento (SAR) na vasta área de responsabilidade da Marinha, que inclui 37% da área SAR do Brasil.

A Marinha tem sido fundamental no combate à pesca ilegal, à exploração irregular de recursos marinhos e ao tráfico de drogas, que migrou para o Nordeste devido ao aumento da repressão nos portos do Rio de Janeiro e Santos. O 3º Distrito Naval, em cooperação com agências como Ibama e Polícia Federal, tem intensificado suas operações de monitoramento e apreensão, tornando a patrulha na região uma das mais importantes para o país. Em 2023, o distrito registrou a maior apreensão marítima de drogas da história brasileira, o que reforça o sucesso da abordagem estratégica e de inteligência adotada.

Novas Ameaças e Desafios no Atlântico Sul e Saliente Nordestino

O Capitão de Mar e Guerra também alertou para o aumento de novas ameaças, como a pesca não regulamentada e o terrorismo marítimo, especialmente com a crescente presença de embarcações estrangeiras com comportamento suspeito nas águas brasileiras. A proteção de cabos submarinos de comunicação e a vigilância de embarcações de pesquisa que podem estar explorando áreas estratégicas sem permissão foram apontadas como desafios que demandam atenção contínua.

Com o Atlântico Sul se tornando um ponto cada vez mais relevante para o comércio e a segurança global, o Brasil precisa investir na modernização de sua frota naval. O plano estratégico da Marinha prevê a substituição dos antigos navios-patrulha por novas embarcações de 500 toneladas, além de reforçar sua capacidade de resposta com navios de apoio logístico. Essas melhorias são essenciais para lidar com ameaças híbridas, que combinam ações estatais e não estatais, e que buscam minar a segurança da região através de uma série de operações criminosas e ilícitas.

Assista a palestra completa do segundo dia do IV Encontro da Rede Nordeste de Estudos Estratégicos e Inovação (IV ERENEEI)

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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