59º BIMtz: trajetória de glórias, desafios e compromisso com o Brasil

Foto: EB
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Desde sua criação em 1839, o 59º Batalhão de Infantaria Motorizado (59º BIMtz) tem se destacado por sua atuação em conflitos históricos, missões de paz internacionais e operações de apoio humanitário. A unidade, conhecida como Batalhão Hermes Ernesto da Fonseca, representa um símbolo de coragem e prontidão do Exército Brasileiro, mantendo viva a tradição de servir com honra e dedicação.

A História e Evolução do 59º Batalhão de Infantaria Motorizado

O 59º BIMtz foi criado durante o Período Regencial, em um momento em que o Brasil enfrentava a Guerra de Secessão. Fundado como 1º Batalhão de Caçadores, a unidade foi rapidamente enviada para pacificar a Província de Santa Catarina, atuando contra as forças separatistas da República Juliana, em Laguna. Ao longo de sua trajetória, o batalhão passou por diversas designações, incluindo 9º Batalhão de Caçadores e 8º Batalhão de Infantaria (8º BI), com o qual participou de toda a Guerra do Paraguai.

Durante a Guerra do Paraguai, o 8º BI integrou a famosa Divisão Encouraçada, liderada pelo lendário Brigadeiro Antônio de Sampaio. Em batalhas icônicas como a de Tuiuti e Avaí, o batalhão demonstrou bravura e resiliência, mesmo quando enfrentou o combate corpo a corpo em situações críticas de escassez de munição. Após a guerra, o batalhão passou por várias mudanças de sede e nome, sendo finalmente designado como 59º BIMtz em 1973.

O título de Batalhão Hermes Ernesto da Fonseca foi concedido em 1980, em homenagem ao Tenente-Coronel que liderou a unidade a grandes vitórias durante a Guerra do Paraguai. A dedicação e os feitos heróicos da unidade são celebrados até hoje, refletindo a rica tradição de serviço e compromisso com a defesa da nação brasileira.

Participações Marcantes em Missões Humanitárias e Operações Internacionais

Ao longo do século XX, o 59º BIMtz se destacou não apenas em operações militares, mas também em missões de pacificação e apoio à ordem pública. A unidade desempenhou um papel fundamental na perseguição à Coluna Prestes, um movimento revolucionário que percorreu o interior do Brasil. Em 1930, o batalhão aderiu às forças que apoiavam a Revolução e, nos anos subsequentes, esteve envolvido em missões críticas, como o combate ao comunismo durante os movimentos de 1935.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o 59º BIMtz foi encarregado da vigilância do litoral brasileiro, contribuindo para a defesa contra possíveis incursões do Eixo. Nos últimos anos, a unidade teve um papel significativo em missões internacionais de paz. Em 2006, participou do 5º Contingente da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), retornando para integrar o 14º e 25º Contingentes em 2011 e 2016, respectivamente. Nessas missões, o batalhão demonstrou sua capacidade de operar em cenários complexos e de contribuir para a paz e estabilidade global.

Além das missões internacionais, o 59º BIMtz também é conhecido por suas operações de ajuda humanitária. A unidade foi essencial na Operação Carro-Pipa, um programa de distribuição de água potável para comunidades afetadas pela seca no interior de Alagoas. Desde 2018, o batalhão também contribui para a Operação Acolhida, em Roraima, ajudando migrantes e refugiados venezuelanos. Essas missões evidenciam o papel multifacetado do 59º BIMtz, que se adapta para atender tanto às necessidades de defesa quanto às de apoio humanitário.

Adaptação e Prontidão: O Papel Atual do 59º BIMtz

Nos tempos recentes, o 59º BIMtz tem se destacado pela sua capacidade de adaptação e prontidão. A unidade investiu no treinamento de seus soldados para atuar em biomas específicos, como a Caatinga. Em 2022, o batalhão formou 232 combatentes especializados em operações neste ambiente, após realizarem o Estágio Básico do Combatente de Caatinga (EBCC), marcando um feito inédito na história do batalhão. Atualmente, mais de 50% do efetivo está apto a operar no bioma, o que amplia significativamente a capacidade operacional da unidade.

Além de suas atividades de defesa, o batalhão também desenvolve projetos sociais e culturais, buscando fortalecer os laços com a comunidade alagoana. Essas iniciativas ajudam a sedimentar um diálogo contínuo e positivo entre o Exército Brasileiro e a sociedade, destacando o papel do 59º BIMtz como um agente de transformação e suporte em momentos de crise. Em 2021, a unidade teve 157 militares certificados para a Força de Prontidão (FORPRON) da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada, prontos para atuar em missões de defesa da pátria.

O envolvimento do 59º BIMtz em operações de defesa civil, como as Operações Alagoas I e II, que tiveram um viés de ajuda humanitária para atender cidadãos afetados por catástrofes naturais, reafirma o valor da “Mão Amiga” do Exército Brasileiro. A unidade também gerencia o Espaço Cultural em Homenagem à II Guerra Mundial, em suas instalações, mantendo viva a memória histórica de seus feitos.

Com uma história de 183 anos de serviços prestados, o 59º Batalhão de Infantaria Motorizado continua a se modernizar e a preparar seus integrantes para os desafios do futuro, mantendo a tradição de bravura, adaptabilidade e compromisso com a defesa e o bem-estar do Brasil.

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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